quarta-feira, 16 de março de 2011

Algumas definições em Gestão & Cuidado

Texto construído por Ana Paula, Andreza, Ariane, Karine, Lidiane e Renata

A tarefa solicitada pela professora é simples: o grupo deverá escrever um pequeno texto no qual deveremos situar os momentos nos quais alguns conceitos foram trabalhados no curso de Psicologia até a presente data. Esta investigação vai contemplar as diferentes áreas da psicologia, as disciplinas curriculares e estágios. Ainda deveremos indicar se há articulação entre eles, ou se bastam por eles mesmos, sendo empregados isoladamente em contextos específicos.
De acordo com as instruções da professora para a elaboração deste texto, vamos, primeiramente, falar dos conceitos de gestão e cuidado. Mais tarde, dos processos de subjetivação e processos psicossociais.
Decidiu-se então começar a discussão  pelo conceito de gestão. Deparamos com a grande utilização  do emprego do termo. Temos a gestão do trabalho, de empresas, de desempenho, de competências que atualmente está bem divulgada na mídia, ou para pelo menos quem trabalha com a gestão, gestão de si, de recursos humanos, enfim, como já foi dito, um leque bem amplo de  situações que podem  ser gerenciadas.
Ao refletirmos sobre os termos de gestão e cuidado, vimos que embora esses conceitos tenham perpassado direta ou indiretamente por nossa graduação, ainda não estão totalmente delimitados. Assim na tentativa de fugir do senso comum e tentar reescrever novas noções sobre o conceito no campo de atuação da psicologia, alguns delineamentos puderam ser feitos a partir dos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso de psicologia.
Até o momento, entendemos Gestão no sentido de gerência, uma forma mais coletiva de atuação, que abrangeria mais pessoas e instituições. Uma forma de organizar/administrar uma empresa e/ou instituição. No momento em que o psicólogo está inserido em uma empresa, cumprindo funções de RH, ele exerce papel de gestor.
Já o cuidado nos lembra algo mais clínico voltado ao individual, onde o contato entre psicólogo e sujeito é feito de forma mais próxima e direta, o psicólogo se colocando no papel de cuidador do indivíduo que traz suas demandas, ouvindo-o, ajudando-o a buscar soluções, pensando em seu bem-estar. Como por exemplo, o psicólogo hospitalar ou até mesmo a psicoterapia.
No entanto, tais definições pareceram ser um tanto quanto simplórias, carregada de muito senso comum. Sabendo que para a Psicologia tais termos vão mais além disso, notamos que mesmo estando na graduação, ainda não temos uma afirmação para o significado dos mesmos. Gestão e Cuidado em sua maioria são sempre citados de forma separada, o que para nós é um equívoco, uma vez que embora sejam conceitos distintos, estão diretamente ligados. Por mais individualizante que seja a atuação de um profissional, este está inserido num contexto geral, coletivo, que inevitavelmente envolve processos de gestão. Ao mesmo tempo, ainda que trabalhando em uma instituição, o profissional deveria estar preocupado em cuidar de cada um em particular, visando o bem do grupo. Dessa forma, não há como ser um gestor, sem cuidado; e mesmo como cuidador, não teria com fugir da gestão, o que torna os conceitos bem próximos um do outro.
O mercado exige multiplicidade de funções para todos profissionais, obviamente não é diferente para o psicólogo.  Muitas vezes exige-se do mesmo que faça atividades destinadas a gestores, quando o profissional acredita estar vinculado somente ao cuidado.
Diante de perspectivas como essas, nos colocamos a pensar: será que o preparo durante a formação do psicólogo é suficiente? Um profissional que escolhe e se forma em apenas uma das linhas da psicologia está preparado para o que o mercado exige dele? Questões como essas nos fazem refletir que as respostas para elas tratariam, não só do curso, mas também da percepção do psicólogo para fazer a articulação necessária entre a gestão e o cuidado.
Uma das áreas da psicologia onde pode-se dizer que o psicólogo exerce tanto a gestão quanto  o cuidado é a escolar, pois ele lida diretamente com os alunos, se ocupando das demandas de cada aluno e/ou funcionário, mas também tem de como gerenciar as situações em que atua como mediador de ambos os lados. Podemos encontrar também a gestão e cuidado na instituição hospital, na área organizacional, entre outras.
Durante a graduação, algumas matérias nos remetem mais diretamente a esses dois conceitos. A gestão está sempre presente quando se fala de Psicologia do Trabalho e Organizacional; Psicologia Social; Psicologia Institucional; Psicologia e Gestão de Pessoas. Já quando nos referimos ao cuidado, associamos a matérias como Psicopatologia.
Em alguns momentos do curso as disciplinas parecem não conseguir suprir todos nossos anseios de descobrir tudo sobre as áreas, mas com o decorrer do curso, isto vai ficando mais claro. As disciplinas, mesmo que de maneira implícita, procuram solucionar nossas dúvidas e também a partir de nossas próprias experiências no curso vamos construindo o que cada área representa. Mas nem sempre as dúvidas são sanadas, e isto pode gerar certa angústia, mas é algo que nos impulsiona a querer conhecer mais.
Para nós, psicólogos em formação, os estágios são uma forma de nos interarmos da profissão que escolhemos, e de conhecermos melhor as áreas que esta profissão nos oferece. Algumas vezes o que vemos na prática não corresponde exatamente ao que idealizamos, porém outras vezes nos interessamos ainda mais, o que gera ainda mais vontade de aprofundar no assunto.
Até o momento os processos de subjetivação ainda não foram trabalhados de forma objetiva, mas mesmo que de maneira pouco clara, já nos foi passado o quanto este conceito faz parte da psicologia e da própria natureza humana. Entendemos que o processo de subjetivação do indivíduo ocorre ao longo de toda sua vida, em todos os momentos em que conhece coisas novas ou que interage com outras pessoas. Os processos de subjetivação estão muito relacionados com os processos psicossociais, pois as experiências do indivíduo são feitas sempre em contato com “o outro” e este outro representa o social no qual o sujeito está inserido. A partir deste contato, a pessoa elabora suas reflexões e assim vai construindo (e desconstruindo) de maneira gradual sua subjetividade. Desta maneira, pode-se dizer que os processos psicossociais são importantes para a formação da subjetividade do indivíduo, e que estes dois conceitos também se articulam.    Pensando nos conceitos “gestão e cuidado”, pode-se pensar que o cuidado valoriza mais os processos de subjetivação, ao contrário da gestão. Neste processo de subjetivação, é levada em conta a subjetividade do indivíduo, assim como as influências que ele sofre de outros indivíduos.
Para que tais definições sejam melhor compreendidas, esperamos que ao longo da disciplina “Gestão e cuidado” possamos delimitá-las de maneira menos embasada em nosso conhecimento do senso comum.

Um comentário:

  1. Oi meninas,

    Também aposto na expectativa de que ao longo da disciplina iremos poder ter mais subsídios para falarmos de gestão e cuidado. Mas também acho que vocês já trazem algo muito interessante quando dizem "... tentar reescrever novas noções sobre o conceito no campo de atuação da psicologia." Acredito que é fundamental para a nossa profissão a busca constante pela formulação e reformulação de conceitos. Neste sentido me recordo das discussões que fazíamos em Psicologia Institucional.
    bjokas. W. Mara.

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