terça-feira, 12 de abril de 2011

Gestão e Cuidado

Texto construído por Débora Franco, Diego Silva, Elisabeth Rodrigues, Juliana Bretas, Kenya Aline e Vanessa Paes.          
            Há algum tempo palavras como Gestão e Cuidado, ressurgiram como uma fênix das cinzas, levantando poeira e as traças dos dicionários, que quase sempre são colocados em estantes e raramente utilizados, para encontrar um espaço de importância nos veículos de informação maiores e menores jornais, revistas, rádios, TVs e internet, que a muito somente desinformam.
            Sim senhor! Em um mundo em constante processo de globalização é quase uma utopia acreditar que vamos sair de casa ou utilizar um veículo de comunicação sem ver, ouvir ou dizer estas palavras: Gestão e Cuidado. Portanto, pretendemos traçar paralelos e até mesmo diagonais, na medida do possível, mesmo estas sendo bem simplórias, sobre o uso destas palavras/conceitos e as práticas destas nas relações humanas.
            Podemos dizer que estes conceitos são altamente ditos, repetidos vinculados a propagandas e programas publicitários, devido ao processo de globalização político-econômico e cultural. Conclusão que chega a ser redundante. O ponto de discussão que fizemos é que estes conceitos estão sendo de fato discutidos, ou meramente vinculados as mídias e simplesmente colocados garganta abaixo da população. Será que Gestão e Cuidado não tem sido mais um discurso liberal que se sustenta apenas na teoria e que não toca práxis.
             No processo de globalização de uma sociedade político-econômica e cultural neoliberal-capitalista, aonde há briga e dificuldades de sobrevivência biológica, psíquica e econômica, das pessoas, grupos, empresas, países e continentes, aumentam em progressão geométrica, melhor aumentam na mesma intensidade do aumento da poluição, da pobreza, produção de miseráveis, e patologias individuais que por sua vez são reflexos de processos de subjetivação do mundo. Conceber uma mulher, homem, pai, filho, estudante, empresário ou gestor, que não tenha conhecimentos de gestão e cuidado de seus recursos, dos instrumentos, intelecto e até mesmos afetos mesmo que estes não sejam totalmente científicos; Tem se tornado quase impossível sobreviver transformando os conhecimentos de gestão e qualidade do cuidado na ultima bolacha do pacote.
            Fato que explica a inúmeras propagandas de cursos, mini-cursos, pós-graduações e graduações que oferecem conhecimentos de gestão pessoas, gestão hospitalar, gestão saúde, gestão educacional entre outros conhecimentos.  Faça enfermagem, medicina, psicologia, assistência social, conosco somos a única instituição no mercado de trabalho que de fato pensa no cuidado. Mas como aprendemos com amigo “menos de cinqüenta por cento da linguagem é para se comunicar, serve apenas para influenciar e manipular.” (Carpinejar) será que estas palavras/conceitos têm sido discutidas, difundidas e praticadas como o marketing, empresas, estabelecimentos de ensino e mídia se referem.
            Ao assistirmos programas como homens de negocio, grandes empresas pequenos negócios, revisarmos literaturas como gestão de pessoas, técnicas de administração e resultados dos relatórios da OMC, OMS e ONU, BIRD do FMI: temos absoluta convicção que da existência de uma gestão com cuidado e um cuidado gestor. Que tem como princípio a soluções para o mundo e não os lucros e interesses particulares, fazendo da responsabilidade social seja a marca registrada das praticas gerenciais, uso consciente de recursos ambientais, minerais, matérias e humanos, olhar humano. As intervenções de saúde são publicas e de qualidade para todos, ha prevenção e educação.
            Revestem com uma áurea dourada e linda um novo conceito de gestão que podemos definir como previsão, organização, coordenação, comando e controle visando obtenção dos objetivos da melhor maneira possível e principalmente tendo um cuidado com pessoas, meios e mundos, como um conhecimento de outro mundo que tornará tudo melhor, sem contradições em receitas quase que mágicas, esquecendo dos fatores alienantes das profissões e dos processos gestores em si.
            O cuidado na teoria e na mídia é algo que há muito transcendeu a aquela concepção do dicionário que o traz apenas como: atenção especial, ou precaução, cautela, prudência, responsabilidade, incumbência, zelo, desvelo e dedicação entre outras, vinculando empresas e seus profissionais como cuidadores-gestores que todos os males estão e estarão resolvidos.
            Quando se analisa a situação olhando para um lado pratico que se sustenta na realidade  vivida, sentida, percebida, se checa a quantidade de doenças desenvolvidas nos trabalhos ou pelos trabalhos exercidos, checa a quantidade de diagnósticos de depressão, de estressados que vagam pela cidade a beira do surto, reclamações em relação ao ambiente de trabalho, a praticas hospitalares, ao novo modelo escolar, entre outras. Percebemos que embora estes processos possam está se instituindo em determinados contextos, lugares e pensares diferentes, a muito a ser feito e as coisa são um pouco diferente do tem sido vinculado pelos veículos comunicação, empresas e o próprio estado; podemos perceber que embora tenha havido utilização dos conhecimentos da gestão, na econômica via protocolo de Washington e outras medidas econômicas neoliberais ocidentais estas praticas levaram varias economias a falência na America do Sul (Equador, Bolívia, Argentina, Uruguai), todo continente africano e até mesmo alguns países da Europa como Portugal e Grécia. (para maiores informações Documentário: Um encontro com Milton Santos, Globalização vista do lado de Cá e do lado de Lá).
            Na utilização dos recursos públicos seguindo o novo panorama da gestão em grandes partes do mundo tem favorecendo uma nova organização do trabalho, das relações humanas e das instituições cada vez mais neoliberal e menos social que tem levado em muitos casos agravamentos das desigualdades econômicas e sociais, mesmo onde ocorreu o aumento das riquezas o fruto não foi repartido com a maioria dos cidadãos.
            Assim sendo, por meio destas mal traçadas linhas o grupo esforçar-se no intuito de convocar o mundo, as ciências humanas, exatas, biológicas, senso comum, a filosofia e religião para pensar novos modelos de processo de cuidado e gestão, sim é justo, necessário e ecumênico, demonstra nossa preocupação, seriedade e até mesmo um espírito humano a cerca do rumo da humanidade. Não estamos negando progressos obtidos nesta área como algumas gestões mais humanas e melhorais na saúde e educação de alguns países, mas ainda pouco há uma imensa “diferença entre o que se pensa e o que se faz que nos colocar em rota de colisão,” (Genssiger) é de extrema importância que se pense em gestão e cuidado de forma integrada e mais ampla que o habitual pode ser extremamente benéfico para a população mundial; sem esquecer de zelar pelo uso destes conceitos. 
            Por um cuidado como HUMANO AYRES, JOSÉ RICARDO DE CARVALHO MESQUISTA “Cuidado como designação de uma atenção à saúde imediatamente interessada no sentido existencial da experiência do adoecimento, físico ou mental, e, por conseguinte, também das práticas de promoção, proteção ou recuperação da saúde.” (AYRES, JOSÉ RICARDO DE CARVALHO MESQUISTA) e uma Gestão, que preveja planeje, pense, avalie e controle para objetivos comuns.  
            Venha construir conosco!!!


2 comentários:

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  2. Oi pessoal,
    Muito bacana e intenso o texto de vocês, soa para mim como um desabafo, uma crítica que parece estar presa há algum tempo em nossas gargantas. Digo nossas porque compartilho de grande parte das conclusões de vocês. E concordo quando vocês nos chamam para uma construção coletiva de outra realidade, uma mais amigável, coletiva e saudável, penso eu. É isto mesmo temos que pensar o que podemos fazer enquanto profissionais da saúde ou das ciências humanas para preencher de sentido os conceitos de gestão e cuidado. É triste pensar em algumas coisas, mas ao mesmo tempo é fundamental que reflitamos. Há que ponto da falta de sentido nós já chegamos, e onde iremos parar? Há propósito quando vocês definem nossa sociedade como: “político-econômica e cultural neoliberal-capitalista” eu me angustio, pois leio com facilidade no lugar de todas estas qualificações o adjetivo: vazia... Vamos nos falando... até mais, Wanessa Mara.

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