sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cuidado e o Acompanhante terapêutico (AT)

A seguir um texto extra produzido pelo grupo: Débora Franco, Diego Silva, Elisabeth Rodrigues, Juliana Bretas, Kenya Aline e Vanessa Paes

O termo cuidado vem perdendo a conotação da clínica entre quatro paredes e deixa de ser uma ação humanitária e passa a ter também uma conotação técnica. Porém este termo em uma conotação muito ampla que perpassa várias áreas. E que pode estar abrangendo tanto o saber científico quanto o do senso comum.

“Trataremos aqui do cuidado como um constructo filosófico, uma categoria com a qual se quer designar simultaneamente, uma compreensão filosófica e uma atitude prática frente ao sentido que as ações de saúde adquirem nas diversas situações em que se reclama uma ação terapêutica, isto é, uma interação entre dois ou mais sujeitos visando o alívio de um sofrimento ou o alcance de um bem-estar, sempre mediada por saberes especificamente voltados para essa finalidade” (Ayres, 2003, p. 74).

Por isso pensamos em falar do trabalho do acompanhante terapêutico, já que ele perpassa pelo modo do cuidado que o senso-comum atribui que é muito parecido com o conceito do dicionário: 1. Atenção especial ou precaução; cautela; prudência ; 2. Responsabilidade, encargo, incumbência; 3. Zelo, desvelo, dedicação. Etc. E também pelo cuidado voltado para a diminuição do sofrimento do sujeito a partir de técnicas, embasamentos teóricos e científicos por trás da ação.

O trabalho de um acompanhante terapêutico é o como já advém da palavra acompanhar o sujeito portador de um sofrimento, uma patologia, que o impede de ter um nível de autonomia e suprir suas necessidades básicas sozinho.  O profissional que trabalha como acompanhante pode proporcionar ao sujeito uma cobertura de 24h no dia. Em sua jornada de trabalho o acompanhante muitas vezes, troca fralda, alimenta o sujeito, e outras práticas de zelo ao paciente, porém mais que isso o profissional, segundo Cunha e Vieira (2009) possibilita no seu trabalho uma vida melhor, habilitando ou reabilitando funções psicomotoras e facilita a inclusão social.

O AT inseri o sujeito no cotidiano, ele o prepara para que a cada dia o paciente consiga ter mais autonomia, dentro das sua limitações, é claro. Às vezes pensamos o trabalho do AT como um profissional que se sujeita a ser babá do paciente, e a cuidar do sujeito naquela concepção do senso comum, de zelo, dedicação e esquece que o trabalho dele promove a diminuição do sofrimento do sujeito e o prepara para o cotidiano e que por trás ele está atuando com técnicas e embasamento teórico.

REFERÊNCIA:
AYRES, J. R. C. M.Cuidado e reconstrução das práticas de Saúde. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.14, p.73-92, set.2003-fev.2004.
AYRES, J. R. C. M.O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Saúde e Sociedade v.13, n.3, p.16-29, set-dez 2004.
Psicomotricidade: educação especial e inclusão social/ organizadores Carlos Alberto de Mattos Ferreira, Maria Inês Barbosa Ramos. 2ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed, 2009.

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