quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pensando em praticas de Saúde...

A partir da leitura dos textos: “O cuidado, os modos de ser (do) humano e as praticas de saúde” de Ayres (2004) e “Gestão e Cuidado: notas introdutórias”, percebo que o cuidado ultrapassa os nossos campos do saber acadêmico, que ainda encontra-se em construção. É muito mais que conceitualizar, requer uma pratica, um olhar atento sobre o outro. No entanto, o cuidado é:
“É servir, é oferecer ao outro como forma de serviço, o resultado de nossos talentos, preparos e escolhas.” SILVA & GIMENES (2000, P.307).
Estamos habituados a seguir paradigmas pré-estabelecidos, que gera uma certa sensação de conforto, é como ter a satisfação de dever cumprido. Mas quando nos referimos a “cuidado”, não podemos nos prender a estes paradigmas, para não nos deparamos mais adiante no mesmo sistema do qual nos gera esse desconforto, essa sensação de que estamos a todo o momento desamparados no que desrespeito à Saúde.
Pensando no processo de reconstrução das praticas de Saúde no Brasil, Pinheiro e Matos nos convidam para discursões desenvolvidas acerva da integralidade, ou seja,  tornar nos parte integrante dessa reconstrução, que começa por entende-lo como um processo de humanização das partes envolvidas, buscando trabalhar no sentido de um conjunto de presunções cuja a ética e politica seja o compromisso das tecnociências da saúde, em seus meios e fins, com a realização  de valores contrafaticamente relacionados á felicidade humana e democraticamente validos como Bem comum. (Ayres, 2004). É ampliar os nossos horizontes  normativos quanto às praticas de saúde.
Tomando como exemplo o caso de D. Violeta, Ayres menciona um olhar mais atento sobre o caso (ontologia existencial heideggerina), que possibilitou a recuperação do projeto existencial de D. violeta, ocasionando um vinculo terapêutico, e possibilitando um trabalho de manejo da saúde que faz e/ou fez sentido. Freud, diria que essa relação terapêutica impulsionou o investimento da libido. A partir de nossas praticas é que construímos o diferencial, que torna possível o processo de humanização estabelecida no encontro terapêutico e a sua transformação em cuidado.
È fundamental percebermos,  que o importante para a humanização do sistema de saúde é justamente a permeabilidade do técnico ao não-técnico (paciente) e o dialogo entre essas dimensões. O acolhimento permite a construção de uma relação terapêutica, estabelecendo um cuidado previamente dito.
“O cuidado como designação de uma atenção à saúde imediatamente interessada no sentido existencial da experiência do adoecimento, físico ou mental, e, por conseguinte, também das praticas de promoção, proteção ou recuperação da saúde.” (AYRES, 2004, p.22)
O acolhimento surge como uma proposta de humanização da saúde, por possuir o dialogo e também a relação terapêutica.  Ayres afirma que não é a escuta em si que faz a diferença, e sim a qualidade da escuta que ultrapassa o juiz de valor de boa ou ruim e sim de sua natureza, aquilo que eu quero escutar.
Contudo, acho que é nesse viés que poderemos mudar essa nossa insatisfação para com o cuidado, relacionadas ás praticas de saúde.
Loren Aimèe Jardim Vasconcelos.

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