sexta-feira, 17 de junho de 2011

A gestão e sua multiplicidade

Escrever sobre gestão fazendo um curso de Psicologia pode, à primeira vista, parecer meio contraditório, mas se levarmos em consideração que a Psicologia atravessa diversas áreas diferentes, veremos que esta é mais uma.
A Psicologia não é uma área que nos possibilita compartimentar o que nos é ensinado, mesmo que o que aprendemos seja passado a nós dessa maneira. Talvez a Psicologia seja a área que mais exija do profissional que se forma uma diversidade, pois as pessoas e suas subjetividades são basicamente os “objetos de trabalho” dos psicólogos, e estes, como vimos até onde já estudamos, não são nada simples. Indo já de encontro ao que o texto de Gaulejac nos oferta, o gerenciamento do nosso tempo, das nossas atividades e, enfim, da nossa vida, é importante para podermos dar conta de tudo o que nos é imposto na atualidade, uma vez que o profissional de hoje deve possuir múltiplos conhecimentos.
Gaulejac em seu texto, “Gestão de si mesmo”, vem nos mostrar a urgência de sabermos lidar com nossos vários aspectos – o pessoal, o social, o econômico, etc. – para, a partir de então, podermos lidar com o mercado e suas exigências.
É claro que nós, como psicólogos, não podemos tratar da questão do gerenciamento esquecendo que por detrás dele existem pessoas, pois se até mesmo quando se trata de mercadoria nos é exigido todo um cuidado, nem que seja para manter a mercadoria em boas condições para fazê-la chegar até o cliente final, que profissionais seríamos, deixando justamente a nossa “parte do mercado”, as pessoas, sem esse devido cuidado?
A gestão vem tomando cada vez mais espaço na vida das pessoas. É preciso saber o que vai ser feito, o momento que cada coisa tem que ser feita, fazer isso da melhor maneira possível, não deixar que o econômico, o social e o pessoal interfiram uns nos outros e ainda arrumar um tempo livre, para que nesse “livre” a pessoa possa se atualizar fazendo algum curso ou procurando algum outro meio de se manter informada. É inevitável que, mesmo com toda essa correria, e até por causa dela, as pessoas adoeçam, se estressem ou, no geral, se sintam mal.
Se o mercado e suas exigências estão mudando, então, logicamente, temos que mudar e nos adaptar a ele, ou seremos facilmente excluídos, como o próprio texto relata, mas não necessariamente devemos fazer isso de maneira “cega”. Com tudo o que aprendemos sobre gestão e cuidado, já temos noção suficiente para saber que não é possível separar os dois conceitos quando se trata de gerenciar pessoas, ou mesmo empresas. O cuidado está implicado em tudo, pois, desde que nascemos até os últimos momentos de nossas vidas, necessitamos dele. O gerenciamento também vem se fazendo muito necessário, e temos que ter um mínimo de noção em relação a ele, pois, se não soubermos gerenciar pelo menos nossa vida – saber o que fazer com nosso tempo, colocar objetivos e metas a serem cumpridos, estabelecer relações, etc. – ficaremos estagnados sem um “Q” de motivação. Se, no entanto, for possível manter essa ligação de conceitos e trabalhar em cima disso, esse será então, o diferencial dos profissionais que nos tornaremos.

Ana Paula Albergaria Tibúrcio

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